A bomba explodiu. Ouvia-se no auditório os gritos das pessoas infectadas no lado de fora. Queriam ajudar, mas as 20 pessoas que estavam naquele auditório não podiam se quer abrir as portas, não tinham motivação, eram dominadas pelo medo.
Peterson estranhava por que um vírus que estava pelo ar, não havia ainda contaminado aquele auditório? Era muito estranho tudo aquilo. Como se algo não permitisse a entrada daquele mal. O auditório era um centro de isolamento. Acabou! As pessoas haviam parado de gritar. O que era ótimo, talvez já pudessem sair dali. Peterson tentou abrir a porta, mas não conseguia. Estava emperrada. Rafael, seu amigo, um moreno, corpo malhado, olhos pretos e cabelos lisos na mesma cor, se ofereceu a ajudar. E o improvável acontece, Peterson ouvia várias pessoas falando. Ele olhava ao seu redor, e ninguém mexia suas bocas, mas ele as ouvia falando. Então se ligou, não eram suas vozes, eram suas mentes, ele estava lendo o pensamento delas. Eles não conseguiam abrir. Foi então que Peterson ouviu o pensamento de Rafael, reclamando das pessoas que não ajudavam, e um desses pensamentos agiu como uma ordem para que todos se mobilizassem, e eles obedeceram. Como se tivessem hipnotizadas, todos vieram arrombar a porta e funcionou. Eles acordaram de seu transe, sem saber o que tinham feito enquanto Rafael e Peterson apenas se olhavam. Rafael de alguma maneira havia controlado a mente deles.
No lado de fora, muitos mortos, suas faces estavam totalmente deterioradas. O vírus havia sumido do ar, mas corroeu a pele das pessoas presentes ali. Porque as pessoas do auditório havia sido poupadas? Ou melhor, como elas foram poupadas? Não tinham qualquer intenção mais de responder a essas perguntas, só queriam uma coisa, voltar para suas casas. Era o fim de uma viagem.
Dois meses se passaram. Era um domingo, Amândio estava em seu quarto conversando com sua amiga Alessandra pelo MSN. Ele escuta um chamado no lado de fora, vai atender e não encontra ninguém. Contudo ele continua escutando o chamado mais alto e mais próximo, dizia que estava com fome. Ele achava que estava ficando louco, não parava de ouvir o chamado, até que veio a seguinte frase do seu lado "me dá comida, por favor", o susto foi grande, e ele correu e se trancou em casa. Como? Impossível! Com todo seu estudo em biologia, não tinha como aquilo ocorrer. Era seu cachorro que pedia por comida. Estava faminto. Não importava isso no momento, o que importava é que ele estava compreendendo o seu cachorro. Foi quando prestou atenção ao seu redor e percebeu que não era só o cachorro, ele escutava mais vozes, vinda das plantas e dos pássaros que tinham ali. Ele acabou de realizar o maior sonho de um Biólogo, ele falava com todos os seres vivos.
Em outra parte, Jayme aprontava seu relatório para o Museu de História Nacional sobre Dom João, e pensava o quanto seria mais fácil se tivesse conhecido de fato Dom João. Não conseguia escrever mais nada, achava as informações obtidas nos livros muito superficiais, talvez mentirosas. Começou a imaginar, como deveria ser naquela época, e como seria bom viver por alguns segundos na corte, tudo bem que naquela época ele seria um escravo pela sua cor negra, mas ele só queria estar por lá em alguns instantes. Imaginava a sala de jantar, as cortinas, parecia que tudo estava na sua frente. De fato estava, Jayme viajou no tempo. Como? Só Deus poderia dizer, mas ele viajou. Estava na casa de Dom João, mais precisamente em sua Sala de Jantar. Correu e se escondeu, pois se fosse visto ali, seria certamente confundido com algum criado. Foi então que o maravilhoso aconteceu. Ele ficou invisível. Mesmo assim, estava preso no passado e não tinha a mínima idéia de como voltar ao presente. Na verdade não sabia nem como fora parar naquele lugar.
Diogo estava como sempre na musculação. Era obcecado pelo seu corpo. Estava levantando alguns pesos e logicamente dando suas olhadas matinais. Malhar e paquerar eram as coisas que mais gostava de fazer. Foi quando começou a sentir tudo mais leve, então colocou mais peso, e ainda assim não surgia efeito. Já estava nos 100 kg e parecia que levantava papel. Ele não estava forte, estava super forte. Loucura? Não sabia, mas era melhor não chamar mais atenção. E resolveu partir para casa. Era gozado, ele não tinha controle da força, então derrubou um poste que resolveu se apoiar para esperar o ônibus e ao chegar em casa, arrancou a porta de entrada com um puxão. Ainda se esquecendo da força, pulou em sua cama, que arrebentou toda. Ele estava confuso, e fez a primeira coisa que veio a cabeça, ligar para Roberta, pegou o telefone com a maior delicadeza possível, mas tentar discar foi impossível. Teclar sem arrebentar o telefone era uma tarefa difícil, então decidiu ir direto na casa dela.
Peterson, ficava em casa pensando, como foi possível ler as mentes das pessoas? O que teria acontecido? Foi loucura? Não! Pois nos dois meses que passou as situações se repetiram, na aplicação de um teste conseguiu evitar as colas pois sabia exatamente os alunos que pensavam em colar. Então se conformou, o incidente ocorrido em Cabo Frio trouxe com ele algo inacreditável, ganhou poderes. Mas será que aconteceu também com os outros? Com todos eles não sabia, mas com Rafael aconteceu, pois ele tinha certeza que Rafael havia controlado naquele dia as mentes de todos os presente, menos a dele. Talvez os poderes de Peterson não permitiram isso, mas acreditar nisso tudo era uma fantasia incrível e assustadora, pois tal fato só acorria num lugar, nos quadrinhos.
Ainda bem que é só nos quadrinhos..imagina vc com esse poder?? O que ia ter de aluno ferrado por não poder colar...rsrs!
ResponderExcluiramiigoo... por isso qe vc sempre me mudava de sala.. sabiia qe eu qeriia colaar aushaushashsa
ResponderExcluir